Quantas e quantas vezes condicionamos nossa alegria e nossa
felicidade a como os outros nos veem e nos tratam?
Quantas vezes choramos porque os outros nos magoam com olhares, com
sorrisos, com palavras...Ou com a falta deles?
Se fossemos menos dependentes da opinião alheia para sermos "inteiros",
com certeza nossa vida seria outra.
E se ainda fossem só os íntimos os portadores dos nossos "cordões",
seria fácil. Mas na ânsia de sermos
aceitos, entendidos, compreendidos, nos
expusemos ao outro sem necessidade, como sacrifício, como oferta a quem quiser
e puder nos entender, e na maioria das
vezes, somos apenas analisados e criticados. E nem é por maldade, é porque
realmente os outros não nos conhecem, e damos a eles informações sobre nós,
sobre nossas dores, crenças, medos, que se for alguém inteligente, ou mal intencionado,
pode usar isso contra nós.
Porque estou falando isso?
Vi isso no primeiro dia de aula , no primeiro encontro de uma turma, onde pedem: "Fale
sobre você...." Eita frase maldita.
(risos)
O difícil é: falar o que? Calar o que? Afinal, não temos
nada a esconder, não somos bandidos... Mas acreditem, tem coisas nossas, que poderíamos
não por nas mãos dos outros.
Tem opiniões que não deveríamos dar valor, tem sorrisos que
não deveríamos ser viciados, tem olhares
que deveriam não nos importar.
Mas a nossa necessidade de sermos aceitos, aprovados e incluídos
em certos grupos podem nos por desnudos em praça pública, vide as redes
sociais e a exagerada exposição de certas pessoas.
Impossível vivermos sem querermos ser aprovados, isso faz
parte das regras, de vivermos em sociedade. Mas o limite do saudável é muito
tênue compromete a nossa felicidade.
Cada pessoa é única, e cada um deve entender e exercitar os limites da sua
intimidade. Até onde vai esse limite? Até que algo que foi exposto, ou será
mostrado pode nos ferir ou magoar.
A proteção da nossa individualidade e auto preservação
psicológica ainda vale.
Edolesia Andreazza